Fusão de ministérios

É preocupante a proposta do presidente eleito Jair Bolsonaro para a fusão dos ministérios do Meio Ambiente com o da Agricultura. Eu votei nele no segundo turno, pois o PT é moralmente impossível apoiar, mas isso não implica em subserviência a tudo que ele quer fazer. Essa proposta de fusão é absurda pelo seguinte:

  • São pastas que até têm alguns problemas convergentes, para os quais a falta de diálogo só complica as coisas, mas muitas outras questões são bem específicas;
  • A agricultura moderna, o agronegócio, de que o Brasil é líder, só pode continuar a ser que é se não retroceder no que tange à proteção ambiental (e também às condições de trabalho), pois qualquer outra postura só aumentará a quantidade de barreiras não tarifárias aos nossos produtos e pode colocar em xeque as condições ambientais que permitem a existência dessa atividade econômica (os próprios ministros de Temer reconhecem isso);
  • Vários órgãos de proteção ambiental, como o ICMBio e o IBAMA, já sofrem com a falta de quadros, que dirá se mergulharem no meio de uma máquina burocrática no qual os interesses dos produtores rurais serão postos em primeiro lugar;
  • A biodiversidade brasileira representa uma riqueza potencial, em termos monetários mesmo, que não pode ser perdida.

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